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Contos por contar

Contos por contar

04
Dez22

Lançamento dos Contos de Natal 2022

Cristina Aveiro

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Ontem foi um dia pleno de emoções! Na Biblioteca Municipal da Ericeira decorreu o lançamento do livro dos Contos de Natal deste ano, aventura de escrita a várias mãos mágicas do Sapal Encantado, que é esta comunidade de bloggers que se unem para criar algo belo, simples e cheio de partilha construtiva.

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Nem em sonhos me imaginei a estar na apresentação de um livro com tantos autores que adoro ler e ter nele também algo meu. Vinte e seis autores, tendo Alice Vieira participado com um conto seu neste livro e tendo estado connosco na apresentação com a sua simplicidade e alegria, de uma forma incomum para autores do seu gabarito e reconhecimento público.

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Na apresentação do livro contámos também com a participação da escritora Maria Manuel P. Reis que partilhou a sua experiência de vida e de escrita e que se encantou com a nossa comunidade do sapal, e quem sabe um destes dias vem também para o nosso bairro?!

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Os mentores, criadores e realizadores deste projeto foram inexcedíveis, a Isabel do blogue Pessoas e Coisas da Vida, o Zé do blogue Lados AB e a nossa ilustradora e escritora  Olga do blogue A cor da escrita.

Conheço muitos dos autores desde há dois anos e sinto verdadeira afeição por estes companheiros da aventura da escrita, mas nunca os tinha visto, escutado, abraçado e foi fantástico poder conhecer melhor os nossos mentores e a Isa do blogue Um pássaro sem poiso, a Ana D. do green ideas, o Vagueando do blog Generalidades,  a Lúcia do Com um sorriso chegas ao infinito, o Casimiro do Folhas de luar, e também os respetivos acompanhantes neste encontro.

Depois da Biblioteca, a magia da Ericeira fez-se sentir no restaurante Gabriel, onde as magnificas garoupas grelhadas abrilhantaram o repasto, e o aconchego da sala que foi a casa de uma tarde de partilha de livros, ideias, … de Natal!

Fiquei a sonhar com o próximo livro, com o próximo encontro, com encontrar e conhecer de perto os autores que ainda não estiveram presentes este ano. Sou muito grata a todos vós!

 

A nossa Comunidade de Blogs:

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17
Jun22

A Casa dos Anjos

Cristina Aveiro

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Paul Klee 1939

Naquela encosta batida do vento, mesmo frente ao mar bravo lá ao longe no desabrigo da praia do Norte, só os caniços conseguiam crescer. Não era o lugar onde a maioria gostaria de viver. Sem o abrigo do promontório que guardava a praia amada e admirada, sem a vista do alto do céu das casas do Sítio, protegidas e abençoadas pelo manto de Nossa Senhora da Nazaré, aquele lugar tinha a magia dos lugares de poucos, daqueles que eram verdadeiramente os adoradores do mar.

Foto: Artur Pastor

A menina que ali vivia, na casa que tinha sido sempre dos seus, pais, avós e dos que tinham vindo antes deles olhou com curiosidade aquelas pessoas que chegavam para as casas que tinham nascido ali há pouco tempo. Eram muito altos, magros com cabelos claros e olhos azuis. Dizia-se que vinham dos países do Norte, onde nevava, fazia muito frio e havia pouco sol. Sempre que podia a menina ia ver a casa e tentar vê-los. Quando os via dava-lhe os bons dias e sorria. Eles sorriam e faziam uns sons estranhos, graves na sua língua que os fazia parecer zangados. Com o tempo foram-se habituando à curiosidade mútua e a menina foi-se aproximando. Mais tarde, vieram as crianças e a menina ainda ficou mais próxima e juntava-se nos cuidados e brincadeiras. As gentes da terra já se tinham acostumado aqueles novos vizinhos, que eram muito diferentes deles, mas que partilhavam o amor por aquele lugar.

Foto: Federico Patellani

A língua já ia sendo mais partilhada, os forasteiros estudavam em livros e esforçavam-se por aprender palavras e frases e alegravam-se quando as palavras substituíam os gestos que inicialmente eram a única forma de se entenderem.

A menina e os seus gostavam de partilhar o que tinham com aqueles vizinhos da casa diferente. Muitas vezes a menina pensava que sendo eles gente de posses, não tinham uma casa rica, mas uma casa ampla, cheia de janelas grandes, com varandas grandes e onde a cozinha e a sala estavam em cima e os quartos em baixo. Aquela casa passara a ter sempre a porta aberta para ela. Ela gostava de ver os muitos livros que lá havia, os quadros, em especial os dos anjos. Eram anjos como ela nunca tinha visto. Não eram rosados com caras bonitas e cheios de caracóis e sorrisos num céu azul cheio de estrelas. O senhor explicara-lhe que um era o Anjo Triste, o outro o Anjo Esquecido, o Anjo Esperança e o Anjo do Guizo. A menina adorava-os. Sentia que com o pedaço de papel e lápis que lhe estendiam podia desenhar amigos para aquele bando de anjos com tristezas e alegrias, imperfeitos, mas belos, simples e com corações cheios de sentimentos.

Os anos passaram a menina cresceu, os vizinhos envelheceram e um dia resolveram regressar à sua terra e encontrar novos donos para a casa dos Anjos como a menina lhe chamava.

Oh! Como ela gostaria de poder ser ela a habitar aquela casa tão singular, desenhada como um templo para adorar o sol e o mar. Não ia ser assim, iria continuar na sua casa de sempre.

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No dia da partida, com a promessa de visitas futuras, os vizinhos vieram a casa da menina com um embrulho grande que lhe entregaram. Enquanto a menina abria o pacote, comoveu-se ao ver os Anjos. Então eles disseram-lhe que os anjos gostam de espaços especiais e que sabiam que a menina ia encontrar o espaço certo para eles e assim aconteceu.

 

 

  

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