Uma memória Feliz
#1 - Desafio 30 dias de escrita da Ana de Deus
Era assim todos os anos, esperava com impaciência a chegada da Primavera, do Verão e finalmente o primeiro dia de praia. Que excitação, toda a preparação do farnel para o piquenique a meio do dia no pinhal, a enorme mala térmica, a mesa e cadeiras de campismo, o chapéu de praia enorme com uma barraca montada em toda a volta para guardar do frio, do vento ou do Sol, dava para tudo o que viesse. Acordar bem cedo e logo havia que ver se estava bom ou mau tempo. O pior era quando no dia previsto o tempo estava mau e os adultos já queriam desistir do plano. Tudo eram especulações, não se podia saber como estava na praia e ainda ficava a uns vinte quilómetros e se estivesse mau era um desperdício de gasolina. Às vezes mesmo com tempo péssimo as crianças conseguiam convencer os pais que talvez na praia estivesse bom, e mesmo contra ventos e marés lá iam e até corria bem.
Este primeiro dia era magnífico, os banhos no mar, as brincadeiras na areia, as “longas” horas no piquenique, onde tudo o que as crianças queriam era voltar para a praia. E de novo na praia, mais banhos e jogos e brincadeiras.
Na viagem de regresso a casa no carro morno, a pele crestada pelo Sol, o corpo embalado pela água e aquele cansaço doce e único que só o primeiro dia de praia conseguia deixar no meu corpo. Esse cansaço do primeiro dia de praia é algo que só de o lembrar me faz sentir o corpo feliz!
Texto escrito no âmbito do desafio 30 dias de escrita lançado pela Ana de Deus, e em que participam Ana de Deus, bii yue, João-Afonso Machado, Jorge Orvélio, José da Xã, Maria Araújo e eu.