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Contos por contar

Contos por contar

26
Mai24

Gratidão e acolhimento

Cristina Aveiro

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Há mais de um ano que tenho estado ausente do Sapal, por isto, por aquilo, sem porquê... Já quase sentia que não pertencia a este lugar (por falta de comparência), e eis que na caixa do correio recebo este presente fantástico!

Comovi-me ao ver a quem o José da Xã dedicou o livro e adorei reler alguns textos e conhecer as novidades. Caro José continua a escrever, a partilhar, a espalhar o teu entusiasmo e a inspirar quem te encontra no caminho!

Muito grata!!

 

26
Mai23

Parabéns José da Xã!

Cristina Aveiro

Livro do Ze-Maio 23.jpeg

Há dias em que somos surpreendidos com mimos e alegrias inesperadas.
Aconteceu-me receber ontem o primeiro livro do Jose da Xã, um amigo de escrita do mundo dos blogues e fiquei muito feliz e grata.
O José da Xã é um Homem com o dom da escrita e da criatividade que me inspira e é inspiração em várias dimensões da Vida.
A Olga Pinto, amiga deste mundo das escritas, criou uma capa Magnífica!!! Muitos Parabéns Olga!
Tive o privilégio de o José ter escolhido um comentário meu para a contracapa sobre um dos seus personagens. https://josedaxa.blogs.sapo.pt/
 
Sou muito feliz e grata por ter sido acolhida neste grupo a que eu chamo com muito carinho Sapal Encantado.
 
Estão também de parabéns todos os que lançaram desafios e os que aceitaram ser desafiados neste lugar diferente.
Tenho saudades da escrita e de todos vós, mas a seu tempo voltarei!
 
Partilhar bons momentos torna-os ainda melhores!
 
Como diz o Zé:
"A gente lê-se por aí!"
20
Dez22

A Galinha sem Penas!

Ilustrações de Cristina Marto

Cristina Aveiro

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Era uma vez uma galinha muito, muito vaidosa. Ela desde muito pequenina que era vaidosa e fazia tudo para dar nas vistas, tentava andar de uma forma diferente das outras galinhas, como se dançasse, tentava cantar fazendo sons diferentes das restantes galinhas. Um dia chegou ao capoeiro um grupo de novas galinhas que eram diferentes, não tinham penas no pescoço.

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Todas as galinhas, galos e frangos da capoeira ficaram muito intrigados com as galinhas sem penas no pescoço. A galinha vaidosa ficou muito perturbada porque todos estavam tão interessados nas galinhas que tinham acabado de chegar. Decidiu que tinha que voltar a ser o centro das atenções de toda a capoeira. Começou a pensar o que poderia fazer para que voltassem a dar-lhe atenção. Afinal ela era mais bonita, mais interessante e mais inteligente que essas galinhas sem penas no pescoço. Treinou de novo o seu canto e procurou fazer sons mais impressionantes, ensaiou novos passos dançantes, começou a praticar para voar mais alto do que a subida para o poleiro. Conseguiu fazer um canto mais impressionante, ainda mais esganiçado que antes, andou toda desengonçada, até parecia que lhe doíam as patas esgravatadeiras, os seus voos criaram grande alvoroço na capoeira, eram penas a cair e a andar pelo ar, ficavam todos incomodados com os voos da galinha, mas ainda assim as galinhas recém-chegadas continuavam a ser o centro das atenções no capoeiro.

 

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Decidiu que tinha que fazer alguma coisa mais radical, afinal porque é que ela não podia ter também o pescoço sem penas? E se gostavam tanto de pescoços sem penas, o que aconteceria se ela não tivesse penas nenhumas? Nunca se tinha visto nada assim. Ela tinha a certeza que nunca ninguém tinha visto uma galinha sem penas… Quem sabe se ela não se ia tornar uma galinha famosa em todo o mundo. Quanto mais pensava nesta ideia mais lhe parecia que era original e muito boa. Nunca lhe passou pela cabeça que se nunca tinha havido nenhuma galinha sem penas talvez isso não fosse uma boa ideia.

Convencida que a sua ideia era brilhante começou a tratar de a pôr em prática. Todos os dias à noite quando todos estavam a dormir arrancava as suas belas penas com o bico. Era difícil e fazia-lhe doer, mas ela estava determinada a ser a primeira galinha sem penas.

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Aos poucos ela começou a ficar com cada vez menos penas e as outras galinhas olhavam para ela curiosas. Até às galinhas sem penas no pescoço olhavam para ela com interesse. A galinha vaidosa ficou a achar que todos a admiravam porque ela estava a ficar mais bonita. Embora lhe doesse cada vez mais a pele, ela continuou a arrancar as penas até ficar totalmente sem penas.

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Assim que acabou de tirar todas as penas passou a pavonear-se pela capoeira exibindo a sua pele amarelinha com pontinhos mais altos em todos os sítios de onde tinha arrancado as penas. Ela ao princípio ficou contente porque todos na capoeira paravam para olhar para ela. Não conseguiam tirar os olhos dela, mas não pareciam gostar do que viam, estavam todos arrepiados com a imagem da galinha vaidosa, o aspeto dela era estranho e desagradável.

A galinha sem penas tinha frio, não conseguia aconchegar-se no ninho porque lhe faltava a fofura das penas, e embora sentisse que conseguia ter a atenção de todos não se sentia feliz.

A galinha vaidosa começou a ser acarinhada pelas outras galinhas do capoeiro e ela começou a admirá-las e a ver que eram bonitas com as penas, mas não se preocupavam com o que os outros achavam do seu aspeto. A galinha vaidosa não voltou a arrancar as suas penas e as penas começaram a nascer. Aos poucos a galinha voltava a ter o seu aspeto normal e estava a sentir-se cada vez mais feliz. A galinha vaidosa estava a deixar de ser vaidosa e estava a começar a gostar do seu aspeto normal e já não se esforçava por ser diferente das outras galinhas. A galinha que já não era vaidosa e que já não era a galinha sem penas era uma das galinhas bonitas do galinheiro e gostava de estar com as outras galinhas. Esta galinha passou a esforçar-se por agradar e ser amiga das outras galinhas em vez de querer ser diferente e de só querer que todos a admirassem. Agora a galinha sentia-se mais feliz, tinha descoberto que a amizade é mais valiosa que a admiração.

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04
Dez22

Lançamento dos Contos de Natal 2022

Cristina Aveiro

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Ontem foi um dia pleno de emoções! Na Biblioteca Municipal da Ericeira decorreu o lançamento do livro dos Contos de Natal deste ano, aventura de escrita a várias mãos mágicas do Sapal Encantado, que é esta comunidade de bloggers que se unem para criar algo belo, simples e cheio de partilha construtiva.

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Nem em sonhos me imaginei a estar na apresentação de um livro com tantos autores que adoro ler e ter nele também algo meu. Vinte e seis autores, tendo Alice Vieira participado com um conto seu neste livro e tendo estado connosco na apresentação com a sua simplicidade e alegria, de uma forma incomum para autores do seu gabarito e reconhecimento público.

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Na apresentação do livro contámos também com a participação da escritora Maria Manuel P. Reis que partilhou a sua experiência de vida e de escrita e que se encantou com a nossa comunidade do sapal, e quem sabe um destes dias vem também para o nosso bairro?!

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Os mentores, criadores e realizadores deste projeto foram inexcedíveis, a Isabel do blogue Pessoas e Coisas da Vida, o Zé do blogue Lados AB e a nossa ilustradora e escritora  Olga do blogue A cor da escrita.

Conheço muitos dos autores desde há dois anos e sinto verdadeira afeição por estes companheiros da aventura da escrita, mas nunca os tinha visto, escutado, abraçado e foi fantástico poder conhecer melhor os nossos mentores e a Isa do blogue Um pássaro sem poiso, a Ana D. do green ideas, o Vagueando do blog Generalidades,  a Lúcia do Com um sorriso chegas ao infinito, o Casimiro do Folhas de luar, e também os respetivos acompanhantes neste encontro.

Depois da Biblioteca, a magia da Ericeira fez-se sentir no restaurante Gabriel, onde as magnificas garoupas grelhadas abrilhantaram o repasto, e o aconchego da sala que foi a casa de uma tarde de partilha de livros, ideias, … de Natal!

Fiquei a sonhar com o próximo livro, com o próximo encontro, com encontrar e conhecer de perto os autores que ainda não estiveram presentes este ano. Sou muito grata a todos vós!

 

A nossa Comunidade de Blogs:

Diário de Fuga    Green Ideas   Busy as bee on a rainy day  That's It!  Because your smile make me live   Livros de cabeceira e outras histórias  Contos por Contar  1 Mulher  Folhas de Luar    Palhavras, escritasaborosas    Um Pássaro sem Poiso   Pessoas e Coisas da Vida    O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista    José da Xã    Cantinho da Casa  Com um Sorriso chegas ao Infinito    Educar (com)Vida    Marta Velha - Writer    Liberdade aos 42    Diários de uma quarentona  Cidade dos Leões  A Cor da Escrita    Desabafos    Generalidades  Dia de Hoje

03
Ago22

Os Sapos do Meu Coração!

2 anos de Contos por Contar

Cristina Aveiro

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Esta família do sapal é algo que nunca esperei ter... Pensava sempre que só podemos sentir carinho, partilha e amizade quando nos conhecemos cara a cara, quando nos abraçamos com os braços e estamos juntos fisicamente. Neste lugar, que considero o Reino Encantado dos Sapos Verdes sinto tranquilidade, carinho e alegria, é por isso que cá venho sempre que posso.

Este tem sido um ano de caminhada muito diferente para mim, e as musas estiveram mais afastadas, mas o sapal continuou a ser o meu lugar.

Há um ano comemorando o primeiro aniversário fiz um balanço que agora reli! Acreditem que não tinha presente a quantidade de aventuras que vivemos juntos nesse ano. 

Neste ano escrevi e li pouco, mas houve dois momentos que mereceram a atenção do governo do Reino.

Destaque - No Reino Encantado dos Sapos Verdes-26-

Contos por Contar - Pag Principal do Sapo-Abril 20

Soube bem receber a atenção quando partilhei o que senti em Coz no lugar de magia da Adega das Monjas, mas mais do que tudo foi receber a vossa atenção e presença, sentir que estavam aí mesmo quando estive mais longe.

Sou muito grata por vos ter!

Sabem que mais, a pintura do Louis Wain fez-me sonhar com um grande encontro dos sapos do reino, numa praia de areia dourada a jogar um jogo qualquer, a conversar, brincar, fazer maluquices, sei lá! Ser criança, ser sapo, ser feliz convosco! Conhecer as vossas caras, os vossos abraços, a voz, as gargalhadas e suspiros, ...

 

 

 

20
Fev22

No reino encantado dos Sapos Verdes

Cristina Aveiro

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Há muito muito tempo, agora mesmo e para sempre havia um reino diferente de todos os outros, um reino encantado, o Reino dos Sapos Verdes. Todos os habitantes do reino tinham chegado de outros lugares e reinos.

As portas do reino estavam sempre abertas para todos, os que chegavam e iam ficando, para os que iam de visita apreciar as criações e construções dos habitantes do reino.

Naquele reino distante e ao mesmo tempo visível da nossa janela, mesmo ali ao lado, os sapos eram todos diferentes, grandes, enormes, pequenos, verdes muito verdes, castanhos, amarelos, era um verdadeiro arco-íris. Havia sapos sempre a transbordar de energia, quais formiguinhas laboriosas que estavam sempre a criar e a desafiar os seus vizinhos para se lançarem em aventuras sem fim, navegarem por mares nunca antes navegados, irem a lugares onde nunca tinham ido, dentro e fora do reino, dentro e fora deles mesmo.

Havia sapos mais tranquilos, quase preguiçosos mas que com o canto e incentivo dos outros habitantes do reino ganhavam energia renovada e desabrochavam em criações magnificas que todos admiravam.

Naquele reino cada sapo era rei e podia usar  a coroa que desejasse, ou então outro qualquer adereço que melhor lhe assentasse consoante o seu sentir do momento ou a sua identidade mais permanente.

O poder de reinar levava os sapos a sentir uma liberdade enorme para criar, partilhar, desafiar, desabafar, ... enfim para encontrar mundos que tantas vezes nem sabiam que tinham dentro de si. A coragem de partilhar as suas descobertas ia aparecendo à medida que caminhavam e que o tempo ia correndo. À medida que iam partilhando e mostrando as suas criações recebiam a atenção dos outros sapos do reino e sentiam alegrias novas nunca antes sentidas. Umas vezes aplausos, outras encorajamento e consolo, e outras silêncios que também existem e têm a sua função. Com o tempo, e com a atenção recebida iam percebendo a importância que tinha para si e davam também a sua atenção aos restantes e retribuíam o que iam recebendo, chamavam abraços a este modo especial de viver no reino.

Podem pensar que um lugar assim não existe, não é real.

Posso garantir que este lugar existe, pode ser difícil de encontrar, mas existe. Para encontrar este lugar é preciso procurar dentro e fora de nós de coração aberto e agarrando aquele pedaço de coragem que é preciso para sair do lugar onde sempre estivemos.

  

 

 

08
Abr21

Carta a uma Amiga

Desafio das Cartas do Correio

Cristina Aveiro

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Foto de Madomistours

 

Querida Paula,

 

Que saudades eu tenho de ti. Os quatro anos que vivemos juntas em Coimbra nos nossos vinte anos foram inesquecíveis. O desafio de viver fora da asa dos pais, a liberdade de explorar uma nova cidade, a alegria de trilhar um caminho novo a aprender, as certezas de quem tem 20 anos. Fomos tão próximas, aquela euforia dos namoricos que se foram transformando em namoros. A casa da D. Estrela, tão frágil e idosa quanto surda e carinhosa. Lembras-te de ela nos dizer meninas parece que anda por aí passarinho novo! E nós intrigadas como é que ela teria descoberto! Só quem tem 20 anos é que não sabe que quando há passarinho novo tudo brilha de outra forma e é fácil adivinhar a quem observa. Fomos felizes naquela casa da D. Estrela, lembro-me frequentemente dela. Cada uma de nós a namorar com o seu Jorge e mais tarde a casar com eles.

Não consigo compreender porque te afastaste de nós depois de te separares do Jorge com quem te casaste. Eu e o meu Jorge continuamos juntos e continuamos a gostar muito de ti. Como fomos os três inseparáveis nesses quatro anos. Sabes que tentei muitas vezes voltar ao teu contacto, mas nunca consegui. Talvez nos vejas como parte de uma fase da tua vida que queres esquecer. Ainda assim nós podíamos viver contigo novos momentos, criar novas memórias boas. Quando as pessoas se separam não é preciso dividirem os amigos que eram de ambos. Nós temos coração grande, onde cabem o ex-teu Jorge e tu, mas se tu me desses a hipótese de escolher entre os dois, eu escolhia-te a ti. Tu apagaste-nos do teu mundo sem sequer nos dar uma hipótese de contacto.

Quero muito que tudo te corra bem e desejo-te felicidades como sempre desejei. Tenho muita pena de não saber nada de ti e de me sentir morta para ti quando estou viva e bem viva e cheia de abraços para te dar.

Abraço-te em pensamento e dou-te os beijos que eu quiser porque a isso não consegues fugir.

Da tua sempre Amiga,

 

Cristina

 

Muito eu gostaria de enviar esta carta, mas não sei o endereço!

Texto no âmbito do desafio das cartas de correio lançado pela Célia no seu ...Raios de Sol .

05
Ago20

O Cisne dos Pés Pretos

Cristina Aveiro

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Era uma vez um cisne branco lindíssimo, com penas tão brancas e suaves que pareciam ser feitas de luz. Era alto, elegante, com um longo pescoço ondulante, flexível e gracioso. Quando nadava os seus movimentos pareciam fazer parte de uma dança clássica, mas quando caminhava sobre a relva tinha passadas lentas e firmes mas bamboleava-se para um lado e para o outro. A culpa era das suas enormes patas triangulares com as membranas entre os dedos. O contraste entre as penas e as pernas e os pés não podia ser maior porque as pernas e os pés eram admiravelmente pretos e destacavam-se muito da brancura das suas penas.

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A beleza do cisne enquadrava-se na perfeição no sítio onde vivia, um sítio encantado, mesmo mágico. O cisne dos pés pretos e a sua companheira viviam num campo enorme cheio de relva sempre verdinha e cuidada o ano inteiro. No campo havia enormes árvores centenárias com troncos muito grossos e contorcidos, havia alfarrobeiras, oliveiras, figueiras, nespereiras, … enfim uma enorme variedade das árvores do Sul. O campo tinha também inúmeras flores de todas as cores e era povoado por cheiros mornos e doces do rosmaninho, do alecrim, das folhas de figueira e também de relva fresca, muitas vezes acabada de cortar.

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O campo tinha também vários pequenos lagos que o cisne partilhava com várias famílias de patos pardos que eram bons companheiros. O andar desengonçado e desajeitado, as penas e o bico pardos tornavam ainda mais visível o porte real e majestático do cisne dos pés pretos.

O campo do cisne dos pés pretos de tão perfeito parece que é irreal, mas … existe. É na Quinta de Benamor, uma quinta centenária onde nasceu um campo de … golfe.

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O cisne dos pés pretos observa os jogadores de roupas multicolores sem perturbar a sua vida, fica a olhar para os estranhos ovos brancos redondos que os jogadores seguem pelo campo fora, dando-lhes pancadas com toda a força que eles até voam no ar. O cisne dos pés pretos não compreende o que eles fazem mas não se incomoda com os jogadores. Os jogadores são silenciosos, tal como os carrinhos em que andam e estão sempre mais interessados nos seus estranhos ovos do que na vida do cisne. O único barulho que os jogadores fazem é quando batem com toda a força nos ovos e eles voam até junto das bandeiras brancas.

Havia, contudo, uma jogadora que olhava para o cisne dos pés pretos com atenção e carinho. Dia após dia vinha ao campo, ia-se aproximando do cisne e ele não se afastava. Um dia ela trouxe umas sementes na mão estendida e ficou ali à espera a ver o que acontecia. O cisne dos pés pretos foi andando muito devagarinho, passo após passo até chegar perto da senhora mas sempre um pouco receoso. Mantendo a máxima distância, esticou o seu longo pescoço o mais que pode e comeu. Era delicioso, a erva que comia no campo era boa mas aquelas sementes eram irresistíveis.

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Assim começou um novo ritual dos dias do cisne dos pés pretos, a senhora chegava com as suas sementes e o cisne ia ter com ela para as comer todo feliz. Passou o Outono, o Inverno e o cisne dos pés pretos já nem passava sem aquele momento especial do dia. Um dia a meio da Primavera a senhora não apareceu. No dia seguinte também, e passou a ser sempre assim.

Alguém disse que a senhora tinha voltado para a Suécia para passar lá o Verão, mas claro que isso o cisne dos pés pretos não podia saber nem entender.

Os dias continuaram a passar felizes para o cisne, passeando no campo junto aos jogadores, nadando nos lagos e bailando com a sua companheira. O tempo começou a arrefecer e num dia igual ao anterior o cisne dos pés pretos viu chegar junto ao arco das heras… a senhora das sementes. O cisne dos pés pretos foi a correr até à senhora, os jogadores no campo voltaram-se admirados com a rapidez do cisne e não percebiam o que se estava a passar.

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Quando o cisne chegou junto à senhora e ela lhe voltou a estender a mão com sementes ele comeu com alegria.

O cisne dos pés pretos ficou muito feliz com o regresso da senhora e ficou a pensar:

- Será que ela volta amanhã ?

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