Os meus avós inspiram-me e trazem-me sempre um sorriso ao rosto!
O amor do meu avô Manuel pela sua Maria sempre me fez desejar ser amada assim. O carinho, os abraços, as palavras calmas e a voz paciente do meu avô ficaram comigo para sempre, a minha avó, mais enérgica, menos paciente para abraços ou coisas que a demorassem e atrasassem o objetivo que tinha destinado escapava-se dos carinhos dele, mas sempre de um modo brincalhão e no fundo, parecia-me feliz com a atenção que recebia.
Foram sempre construtores da sua família, vencendo os desafios da vida que foram muitos e custosos, mas nunca perderam a alegria do que iam conseguindo.
As netas e o neto sempre foram enormes fontes de alegria, preenchida de momentos vividos em conjunto, de plantar cebolas, a apanhar erva, ou ver como se retirava o mel dos cortiços. Havia sempre coisas a ensinar e havia sempre tempo para me escutarem e tomarem a sério, o que não acontecia com muitos adultos à época.
Souberam acolher as mudanças que o tempo lhes foi trazendo à vida e acompanharam-nos em viagens, aventuras nas praias próximas e mesmo nas praias distantes, sempre com bonomia e gratidão.
Tiveram sempre um enorme entusiasmo pelos netos, desde a primeira (eu) à última que chegou 17 anos mais tarde, a minha irmã mais nova.
O meu avô dizia com convicção que devia haver em todas as casas sempre uma criança com menos de três anos, porque elas eram a fonte da mais pura alegria.
Os meus avós deixaram-me tanta riqueza que não consigo descrever tudo o que sinto e me enche e aquece o coração.
Sei que lá onde estão continuam a olhar por nós com a mesma ternura e enlevo que sempre mostraram.