A princesa triste
Era uma vez uma princesa tão gorda que só ocupava espaço, pelo menos era isso que as damas da corte achavam. A princesa era diferente, nunca se tinha interessado por bordados, vestidos, casamentos ou coisas que tais. A princesa gostava de ler, escrever e desenhar, mas poucas eram as pessoas da corte que o sabiam fazer. O monge que a acompanhava desde criança era um mestre de iluminura e desde cedo que a tinha ensinado a ler e a escrever, muito para além da sua missão de orientador espiritual, mas esta era a sua forma de dar alegria àquela menina que era tão triste.
A princesa adorava os pais, mas eles estavam muito ocupados a reinar e nunca estavam com ela. A princesa sentia uma grande tristeza e a tristeza fazia-lhe imensa fome, era como se o seu coração triste tornasse o seu corpo vazio e ela tivesse de comer para o encher. Quando lia e escrevia sentia-se um pouco melhor, mas a maior parte do tempo continuava triste.
Havia também alturas em que a deixavam ir para o campo andar a passear e montar a cavalo, aí também se sentia mais feliz e nessas alturas não ficava tão gorda.
Texto no âmbito do Desafio "Era uma vez uma princesa tão gorda que só ocupava espaço" da Ana de Deus